Daniel Alves não é o único; relembre os crimes de jogadores famosos no Brasil

Atual acusação de estupro contra o ex-lateral da seleção é só mais um capítulo do recorrente envolvimento de atletas brasileiros em graves delitos dentro e fora do país

Daniel Alves está preso na Espanha - Foto: Lucas Figueiredo/CBFDaniel Alves está preso na Espanha

A acusação de estupro pela qual o ex-lateral da seleção Daniel Alves responde atualmente na Espanha, é apenas um dos vários episódios de atletas do futebol brasileiro que viraram caso de polícia, dentro e fora do país.

Relembre 5 casos de jogadores que estiveram em maus lençóis:

Ronaldinho Gaúcho preso no Paraguai

Em março de 2020, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto Assis foram presos dois dias após entrarem no Paraguai com passaportes falsos. Após quase seis meses na prisão, a Justiça paraguaia aceitou um acordo para a soltura de ambos, mediante o pagamento de multa de US$ 200 mil (R$ 1,2 milhão à época). 

Na época, Ronaldinho estava proibido de deixar o Brasil por problemas com a Justiça. O ex-jogador e seu irmão foram condenados a pagar várias multas que chegam a quase R$ 10 milhões por construções irregulares em áreas de preservação ambiental à beira do lago Guaíba, em Porto Alegre. Eles foram condenados em 2015. Em dezembro de 2018, eles entregarem seus passaportes à Justiça.

O eterno ídolo da torcida do Atlético havia chegado ao Paraguai para participar de um evento beneficente, pouco antes do início da pandemia da Covid-19. Em depoimento, R10 disse não saber que havia utilizada documentação falsa, e alegou que foi “enganado” por terceiros que o contrataram para o evento. 

Ronaldinho Gaúcho

Após ficarem detidos no presídio de Assunção por um mês, Ronaldinho Gaúcho e Assis conseguiram direito à prisão domiciliar. Por quase cinco meses, os dois ficaram presos em um hotel de luxo da capital paraguaia, onde viraram atração para os funcionários.

Até hoje, os dois pivôs do esquema de falsificação dos passaportes de Ronaldinho e Assis, a empresária paraguaia Dália Lopez e o brasileiro Wilmondes Souza Lira, continuam foragidos da Justiça, e fazem parte da lista de procurados pela Polícia Internacional (Interpol). 

Robinho condenado por estupro

Em janeiro de 2022, o ex-atacante do Atlético Robinho, de 38 anos, foi condenado em última instância, na Itália, a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo praticado há 10 anos na cidade de Milão, quando Robinho jogava pelo Milan. 

Robinho fez 36 gols em 109 jogos com a camisa do Atlético

Além dele, Ricardo Falco, amigo de Robinho, também foi condenado pelo estupro contra uma mulher albanesa, de 21 anos. O caso ocorreu na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. A defesa de Robinho alegava que a relação sexual havia sido consensual, argumento rejeitado pela vítima e pela promotoria.

Conforme a investigação, Robinho, Falco e outros quatro brasileiros praticaram violência sexual de grupo contra a vítima, embriagada por eles e, inconsciente, levada para o camarim do estabelecimento, onde foi estuprada várias vezes.

A acusação foi baseada no depoimento da vítima e em conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça italiana, incluídas como provas no processo.

Recluso e aposentado do futebol desde 2022, Robinho vive hoje em Santos, no litoral paulista. Em novembro de 2022, o governo italiano solicitou a extradição do ex-jogador da seleção brasileira para cumprir a pena no país europeu. 

O pedido foi negado pelo Judiciário brasileiro já que a Constituição impede a extradição de brasileiros natos e por não haver acordo sobre o tema entre Brasil e Itália.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino

Recentemente, o novo ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que Robinho poderia, em tese, cumprir no Brasil a condenação pelo estupro. Dino disse ainda que o caso do atleta seria analisado pela pasta.

Filho de Pelé preso por tráfico

Atual técnico do Londrina e filho de Pelé, Edinho teve uma carreira marcada por idas e vindas na prisão. Em 2005, o ex-goleiro do Santos ficou preso por 6 meses ao ser um dos alvos da Operação Indra, da Polícia Civil de São Paulo, que investigava a ligação do filho de Pelé e ex-goleiro do Santos com o traficante Naldinho, amigo de infância de Edinho.

Condenado em 2014 a 33 anos por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, o filho jogador de Pelé permaneceu em liberdade até o julgamento de recursos. Em 2017, a defesa de Edinho conseguiu reduzir a condenação para 12 anos e 11 meses. 

Após cumprir quase 3 anos de prisão em regime fechado, em setembro de 2019, ele ganhou na Justiça o direito de cumprir o restante da pena em regime aberto. Hoje, sua única obrigação com a Justiça é comparecer ao Fórum Criminal uma vez por mês. Até hoje, Edinho reafirma sua inocência e acredita ter sido condenado simplesmente por ser filho de Pelé.

O ex-goleiro Edinho, filho de Pele — 
Foto: Reproducao / YouTube

“Fui acusado de um crime que eu não cometi. Quase destruiu a minha vida e atrapalhou muito minha carreira. Tudo por uma situação injusta”, afirmou Edinho em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, no fim de 2022, pouco antes da morte de Pelé.

Edinho ainda relembrou a coletiva de imprensa da polícia, que contou com a participação de Pelé, para comunicar detalhes da primeira prisão dele, em 2005. Na ocasião, Pelé chorou ao ler uma carta onde o filho admitia ser usuário de drogas.

Bruno e a morte de Eliza Samudio

Titular absoluto do Flamengo em 2010 e com propostas para jogar na Europa, o ex-goleiro do Atlético Bruno Fernandes arruinou sua promissora carreira ao confessar o envolvimento dele na morte da modelo e atriz Eliza Samudio.

Jovem de 25 anos desapareceu há três semanas e polícia trabalha com hipótese de assassinato

Após o julgamento em 2013, o goleiro Bruno foi sentenciado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. O corpo de Eliza Samudio jamais foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro à época, de quem foi amante.

Resultado de exame de DNA feito pela Polícia Civil sairá na semana que vem

Em 2017, a defesa de Bruno conseguiu reduzir a pena do goleiro para 20 anos e nove meses. Desde 2019, Bruno Fernandes já cumpre a pena em regime de prisão domiciliar.

Como cumpriu dois terços da pena, teve bom comportamento e não cometeu nenhuma falta grave, no início de 2023, a Justiça do Rio concedeu ao ex-jogador o direito a liberdade condicional. 

Ex-goleiro Bruno Fernandes está em liberdade condicional desde 12 de janeiro

Hoje, o goleiro Bruno tem como única obrigação com a Justiça comparecer a cada 3 meses a uma casa de albergados, no bairro Benfica, no Rio de Janeiro, para assinar um boletim de frequência e manter atualizados seu endereço e suas atividades. 

By Revista Jus

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