Dez crimes que abalaram São Paulo em 2022

Ano foi marcado por crimes de feminicídio, maus-tratos a crianças, violência policial e assalto de falsos entregadores

 

São Paulo – Os paulistas conviveram com casos policiais que ganharam as manchetes em 2022. Episódios de feminicídio, maus-tratos a crianças, golpes por aplicativos de namoro e violência policial ocorridos no estado abalaram a opinião pública em todo o país.

Além disso, a capital paulista, especialmente, viu um aumento em ocorrências de furtos e roubos de celulares no centro da cidade, além de uma escalada em assaltos cometidos por falsos entregadores.

O cenário fez com que o governador Rodrigo Garcia (PSDB), então postulante à reeleição, respondesse com medidas de aumento no policiamento nas ruas e nas operações contra esquemas de receptação de aparelhos.

O Metrópoles preparou uma lista com dez crimes que marcaram 2022 em São Paulo.

Escola Colmeia Mágica
Três responsáveis por uma escola infantil na Vila Formosa, zona leste de São Paulo, que atendia crianças de até cinco anos de idade viraram rés na Justiça após denúncias de maus-tratos contra os alunos.

A proprietária da escola Colméia Mágica, sua irmã e sócia e uma funcionária respondem pelos crimes de tortura, maus-tratos, associação criminosa, perigo de vida e constrangimento contra nove crianças. Elas negam as acusações.

O caso veio à tona em março após a divulgação de vídeos mostrando crianças da unidade chorando e com os braços amarrados por panos (veja abaixo). Os alunos também apareciam recebendo alimentação dentro do banheiro.

“Galã do Tinder”
O empresário Renan Gomes, conhecido como “Galã do Tinder”, foi preso no dia 21 de setembro, na região de Pirituba, zona norte de São Paulo, por aplicar golpes em mulheres que conhecia em aplicativos de namoro.

Galã do Tinder foi preso em SP

De acordo com investigação da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo, o homem fez ao menos sete vítimas. O golpista criava diversos perfis em redes de relacionamento – entre eles: Tinder, Inner, Happn, Lovoo. Ele usava o codinome de Augusto Keller.

Para as mulheres, todas de classe média alta, ele dizia que era filho de alemães. Além disso, contava que perdeu seus pais em um acidente de carro em Araçatuba, no interior paulista. O golpista assumia namoro e chegava até a conhecer os familiares das vítimas.

Após algum tempo de relacionamento, Gomes começava a pedir dinheiro emprestado. Para convencer as mulheres, alegava problemas com a Receita Federal ou com instituições financeiras. Depois de conseguir o que queria, ele desaparecia. Ele teria chegado a roubar até R$ 200 mil de uma das vítimas.

A prisão do “Galã” teve ares cinematográficos e a perseguição policial foi registrada em vídeo (veja abaixo).

No dia 15 de dezembro, o Tribunal de Justiça começou a julgar o empresário. Na ocasião, um pedido de liberdade provisória da defesa foi negado.

Tiro nas costas do namorado
Um desentendimento entre um casal motivado por ciúme quase terminou em tragédia em um apartamento no bairro Cidade Líder, zona leste de São Paulo, no dia 6 de outubro. Imagens de câmera de segurança (veja abaixo) mostraram o momento em que Daiana Rosa da Silva Luz pega uma arma e dispara nas costas do namorado Fábio Aurélio Silva.

Com a prisão decretada pela Justiça, a mulher ficou dez dias foragida antes de se entregar à polícia. Aos policiais, ela alegou que a motivação da discussão e dos disparos contra o companheiro foi ciúme.

O desentendimento ocorreu no apartamento em que Fábio mora, na zona leste de São Paulo. O casal estava do lado de fora do apartamento, entre a porta e o elevador.

Nas imagens, é possível ver os dois discutindo quando Daiana Rosa puxa a arma e dispara nas costas da vítima. Mesmo com o companheiro caído no chão, ela continua brigando com ele e ainda tenta efetuar mais disparos, mas a arma falha.

Além da câmera de segurança do corredor de entrada, que gravou a mulher atirando na vítima, outro vídeo mostra Daiana passando pelo parque infantil e fugindo.

O homem ficou internado no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, e depois foi transferido para o Hospital São Cristóvão, antes de receber alta.

No dia 11 de novembro, a Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória para Daiana, sob o argumento de que ele não representa riscos à integridade física da vítima e ao andamento da investigação.

A magistrada argumentou ainda que a própria vítima alegou que a ré não oferece riscos a ela. O Ministério Público concordou com a soltura. Com isso, ela responderá pela acusação de tentativa de homicídio em liberdade.

Daiana teve a prisão revogada sob a condição de manter endereço e contatos atualizados nos autos, não se ausentar da região da comarca sem aviso prévio, não manter qualquer tipo de contato com a vítima e comparecer mensalmente ao juízo para justificar suas atividades.

 

By Revista Jus

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