O governo russo convocou o embaixador dos Estados Unidos em Moscou, John Sullivan, e mandou recados ao governo norte-americano. Declarações contra a guerra na Ucrânia do presidente Joe Biden (foto em destaque) motivaram o “ultimato diplomático”
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia confirmou nesta segunda-feira (21) que convocou Sullivan. Segundo agências internacionais de notícias, o alerta foi claro: “Comentários feitos por Joe Biden sobre Vladimir Putin deixam a relação entre os dois países em risco”.
Na semana passada, o presidente americano disse que a guerra na Ucrânia está sendo liderada por um “ditador assassino e puro bandido”, se referindo a Putin. Antes, já havia chamado o líder russo de “criminoso de guerra”.
“Esse tipo de declaração do presidente americano, que não é digna de um político de alto nível, coloca as relações russo-americanas à beira de uma ruptura”, diz o comunicado da diplomacia russa.
Na linguagem diplomática, a convocação de um embaixador representa séria insatisfação do país anfitrião com o país representado.
Impactos da guerra
O ministro da Defesa ucraniano, Oleskii Reznikov, apresentou balanço da destruição que a guerra provocou no país desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.
Nesta segunda-feira, Reznikov afirmou que o Exército russo destruiu 400 escolas e 110 hospitais. A guerra chegou ao 26º dia.
Além disso, mais de 150 crianças morreram durante o conflito no Leste Europeu. “Eles estão cometendo um ato real de genocídio na Ucrânia”, frisou.
Durante o mesmo evento, o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, defendeu a Ucrânia e pediu para que o presidente russo, Vladimir Putin, admitisse estar errado e deixasse o país.
Negociações estagnadas
A estagnação das negociações para um acordo de paz no Leste Europeu continua impedindo o fim da guerra. Nesta segunda-feira, o governo russo voltou a reclamar da falta de entendimento.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista a agências internacionais de notícias em uma teleconferência, admitiu que não houve progresso nas conversas com o governo ucraniano.
Além disso, descartou possível reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.
A Rússia acusa a Ucrânia de paralisar as conversações de paz, fazendo propostas inaceitáveis. A Ucrânia disse que está disposta a negociar, mas não se renderá nem aceitará ultimatos russos.
“Para que possamos falar de uma reunião entre os dois presidentes, é preciso fazer o dever de casa. As conversações têm que ser realizadas, e seus resultados têm que ser acordados”, disse Peskov. E emendou: “Não houve nenhum progresso significativo até agora”.